Todas as questões que nos rodeiam possuem duas etapas: a primeira delas é a aparência, que é a primeira etapa com a qual nos deparamos com elas, e a essência, é a etapa mais profunda, que só alcançamos após refletirmos sobre a questão.
A reflexão que quero propor a você, é sobre a forma pela qual estamos encarando o mundo ao nosso redor – se nos deixamos levar pelo senso comum, ou se nos permitimos ir além, refletindo através do senso crítico.
O senso comum é um ato de agir e pensar que tem raízes culturais e sociais, onde não há uma análise profunda, e sim uma espontaneidade de ações relativa aos limites do conhecimento do indivíduo que vão passando por gerações; o senso comum é o que as pessoas usam no seu cotidiano, o que é natural e fácil de entender, o que elas pensam que seja verdade e que lhe traga resultados práticos herdados pelos costumes. Como por exemplo, quando uma pessoa vai atravessar a rua; ela olha para os dois lados e decide se vai atravessar ou não. Ela não precisa calcular distância, velocidade média, ou outro dado.
Já o senso crítico, é o desenvolvimento de uma consciência reflexiva sobre os assuntos ao nosso redor, baseados primeiramente em uma autocrítica e posteriormente, no mundo. Etimologicamente, crítica é um termo que vem do grego “kritikos”, cujo significado é “capacidade de fazer julgamentos”. O senso crítico é desenvolvido a partir do hábito de se questionar. Perguntar se o que temos a nossa volta realmente é suficientemente bom para nós, se existem oportunidades de aperfeiçoamento. Esse hábito nos torna pessoas mais pensantes e exigentes.
Em uma era de somos “bombardeados” diariamente por muitas informações, não podemos simplesmente aceitar todo tipo de imposição sem nenhuma reação à ela. Precisamos desenvolver o nosso senso crítico para refletir, saber diferenciar as coisas e analisar tudo isso. Não devemos simplesmente “engolir a seco” e continuar de braços cruzados. É preciso parar, olhar e questionar se aquilo é verdade ou não.
Ressalto aqui que o senso comum não é “ruim”, mas limitativo. Ele não deve ser ignorado, principalmente por nos orientar com base no conhecimento adquirido pelo homem partir de experiências, vivências e observações do mundo. Mas devemos ir além.
Buscar informação, pesquisar, refletir e chegar a uma conclusão sobre tudo que envolve nosso mundo, nos torna mais informados e consequentemente, sabendo mais sobre as coisas, nos torna mais exigentes.
É preciso questionar sempre! Questionar se é verdade, se é possível melhorar. Com isso, novas portas se abrem e novos caminhos podem ser explorados, para nossa própria evolução.
“O poder de questionar é a base de todo progresso humano”