O número de vagas de emprego no setor de TI (Tecnologia da Informação) cresceu 300% no Brasil em fevereiro de 2019, em comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com estudo feito em parceria entre a Assespro-PR (Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação do Paraná) e Departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mas isso é um tanto frustrante, pois o cenário atual é de um mercado de TI que cresce exponencialmente, mas se depara com um déficit de mão de obra qualificada. Ou seja, temos uma crescente oferta, mas não temos profissionais capacitados para preencher a maior parte dessas vagas.
A grande questão é: se vivemos e prevemos um cenário cada vez mais propício para as áreas de tecnologia, por que não adotamos essa linguagem como obrigatória a qualquer área do conhecimento? Por que o nosso fatigante método de ensino não entende que a TI é uma linguagem artificial natural do mundo moderno e que precisamos “inovatizar” o nosso ensino?
A TI é o novo Esperanto. O termo esperanto, significa “aquele que tem esperança” e a pedra angular dessa língua criada artificialmente é o livro Fundamento do Esperanto, que Zamenhof publicou em 1905, apresentando os 15 mil vocábulos básicos – que podem ser combinados para formar novos termos – e sua gramática, mais do que econômica, com apenas dezesseis regras. A ideia era criar uma forma facilitada de comunicação, um idioma simples, que atravessasse fronteiras e pudesse ser absorvido em pouco tempo.
Diferentemente dos demais idiomas, ao se falar em Esperanto, estabelece-se imediatamente uma comunicação de igual para igual entre pessoas de línguas diferentes. Isso é importante, pois se evita a vantagem cultural que um falante nativo teria ao empregar sua língua natal em um contato internacional.
A proposta do Esperanto não é a de substituir qualquer outra língua nacional, mas complementá-las, sendo assim utilizado como uma língua neutra quando falado com alguém que não tenha a mesma língua do interlocutor.
Se enxergarmos a TI como o novo Esperanto, há uma grande vantagem: não é preciso falar, apenas escrever. É muito mais fácil.
Antes, a TI era vista como um setor isolado. Hoje, sabemos que ela tornou-se um meio de comunicação entre as partes e o todo. A reviravolta no ensino acontecerá quando percebermos que a forma de educar a nova geração vem da utilização de um tema como mote associado obrigatoriamente ao aprendizado de uma linguagem de programação.
Não importa a profissão: a inclusão do cidadão do futuro estará diretamente associado à sua profundidade de conhecimento de TI na respectiva área de atuação.
A verdade que é: ou você aprende a utilizar a TI ou será um eterno escravo dela. Bem-vindo ao futuro-quase-presente.